sábado, julho 17, 2010

É chato demais!

Acordo.
- Gabriel, já são 8 horas!
Hora em que devia estar na faculdade.
Saio correndo, de saco cheio por ter perdido a hora de novo.

Em pé no ônibus lotado, a Musa da Inspiração vem me encontrar e Rick e Renner povoa minha mente, resultando nesta obra-prima.....

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Não consigo acordar logo de primeira
É chato demais!

E às vezes perco a aula quase inteira
É chato demais!

Isso tudo por causa da minha soneira
É chato demais!

O professor até acha que tô de zuera
É chato demais!

Isso logo na semana derradeira
É chato demais!

domingo, janeiro 10, 2010

Era, é e será uma vez...

Todo mundo adora uma boa história. Pode ser apenas uma história contada naquele momento em que você quer ser o centro das atenções, num bar por exemplo, para os amigos, ou aquelas que brotam dos livros, ou aquelas novelas água-com-açúcar. Desde os primórdios, as pessoas se reuniam em volta de fogueiras para ouvir os mais velhos ou os aventureiros – ou talvez apenas bons contadores ou charlatães -, e surgiam por aí muitas lendas, fábulas, contos de fadas e histórias da carochinha.

Tramas, personagens, surpresas e afins, eu sempre admirei contar histórias, especialmente as pessoas que se dedicam a isso e parecem trazer um outro mundo de fantasia para perto de nós, tornar o que já é tão conhecido à nossa volta em algo estranho e mágico ao mesmo tempo. Sinto nesse gosto uma certa motivação para a idéia do jornalismo ter se aproximado de mim: é contar histórias, não é? Ser o primeiro a contar alguma coisa, fazer descobertas, mostrar o mundo aos outros. Mas não é tão encantador assim. Quer dizer, até pode ser para quem é apaixonado.

E também essas técnicas jornalísticas de contar do mais importante para o menos... não me cativa. Eu gosto é do antigo e do nariz-de-cera, ainda que não tenha habilidade suficiente para pô-la em prática. Ir criando o clima, o suspense, o segredo, o mistério, que vai culminar na descoberta e no que é importante. Que graça tem contar direto?

Todas essas histórias presentes em livros e filmes me apaixonam. Mas não é só necessária uma boa história, mas o jeito certo de ser contado, os detalhes certos a serem colocados, inovação... é difícil. Eu mesmo tenho várias e várias ideias borbulhando sempre, mas não sei como colocar satisfatoriamente no papel ou na tela. Nunca parece estar bom, sempre poderia estar melhor, desenvolver é um problema, finalizar, pior ainda. Rubem Fonseca em um de seus contos revela o segredo do escritor: “As palavras são nossas inimigas.” Tantas coisas maravilhosas para dizer e desvendar, mas as palavras impedem muitas vezes.

Tenho uma percepção que gosta de ver a vida e suas circunstâncias como uma história, como se estivéssemos num livro, filme ou até num game. Personagens que se cruzam, situações que se desenrolam, lugares intrigantes. Um portão, um jardim, uma caixa fechada, um beco, um quarto, um caderno, uma chave.... centenas e milhares de objetos e locais que remetem a signos e mistérios e histórias e referências, a imaginação voando sempre, a bordo de um triciclo de Bobby. Parece amenizar a vida e torná-la mais interessante também, mesmo em meio a adversidades. Só não se pode viver num mundo paralelo e esquecer que existem pessoas reais do seu lado.

Entre em grandes armários, caia em buracos de coelho, conheça um castelo com um porteiro-robô, ande por um caminho de pedras amarelas e se divirta num sítio brasileiro. Acomode-se num sofá que adentra o corredor e morda uma maçã. Senta que lá vem história sempre, e aproveite para ver tudo com novos olhos.