quinta-feira, março 30, 2006

"Diga-me com quem conversas e eu te direi quem és"

É, a faculdade já está atrapalhando meus posts aqui e, logo, não prometo nenhuma regularidade. Este texto não deixa de ser uma homenagem e, por "encreça que parível", acho que poderia listar muito mais características e nuances das personalidades das pessoas de quem trato, mas não queria escrever uma tese sobre o assunto. Quem sabe algum dia eu detalhe mais? Não, não fiquem desesperados, é apenas uma hipótese...
***
A primeira, e mais velha, tem um nariz grande e uma cara gorda, com um corpo esbelto e pernas sexies. Gosta de resmungar com sua voz grossa e é muito charmosa, mimada - adora que dêem comida na sua boca - metida e preguiçosa (dorme em qualquer situação).
A segunda tem um corpo bem grande e uma voz que mais parece de gay, suave - não consegue nem gritar - além de dar indícios de que gosta da primeira, despertando, assim, suspeitas quanto a sua sexualidade. É muito sensível e medrosa e se acha uma gata, mas adora ficar suja. Adora comer e tomar sol.
A terceira tem uma cabeça muito grande e um olho maior ainda, com perninhas finas. Adora irritar os outros com sua teimosia e sua voz fina e histérica, repetindo frases e palavras, além de ser hiperativa e geniosa.
A última, que é gêmea da segunda e da terceira, tem um corpo bem pequeno para sua idade e olhos puxadinhos, e é meiguinha e lerda de pensamento, com uma voz que parece de "lesada". Adora andar para trás.
Todas essas quatro são pessoas com quem converso. Na verdade, não são exatamente pessoas, mas consideradas como tais: são meus animais de estimação, jabotas, as ditas "meninas". Seus nomes são até bem humanos: respectivamente Thalita, Vitória, Zilda e Magali. Não olhe para mim desse jeito, como se eu fosse maluco. O que tem de mais conversar com seus bichos? Com certeza, você também faz isso com seu cachorro, gato ou outro animal que tenha. Não é porque meu animal de estimação não é tão comum - a propósito, jabota é a fêmea do jabuti, como já me cansei de dizer, não tartaruga - que vou ser mais maluco.
Tudo bem que dar vozes e verdadeiras personalidades para elas não deve ser tão normal assim. Pode-se falar que isso, assim como a mãe de um amigo meu falou, é "o princípio do começo". Se é que você me entende. Mas é verdade que travamos verdadeiros diálogos com elas, pois até fazemos suas falas, grossas, finas, suaves e "lesadas". Não, nunca fomos internados, mas acho que não falta muito para isso.
Mais do que nossos passarinhos, que sempre estão morrendo e, dessa forma, não formam um vínculo tão forte - à exceção de Zento - nossas jabotas fazem mesmo parte de nossa família, como acontecem com muitos animais, visto que as mais novas já estão há seis anos conosco. Suas personalidades foram tão solidificadas que até originaram as minhas histórias em quadrinhos, em que elas são as protagonistas, super-heroínas habitantes de uma ilha do Pacífico, Super Gorda e Super Trigêmeas. Ou pode-se dizer também que as histórias contribuíram para essa solidificação.
Dessa forma, vemos que os animais não são simples seres inferiores, mas seres vivos que merecem respeito e que nos acompanham e também ajudam, ainda que, às vezes, não sejam animais convencionais. Eles não merecem ser maltratados só porque temos poder e alguns deles não podem se defender ou falar nossa língua. Apesar disso, uma conversa não é nada anormal.

"Se rir fosse bom, hiena não comia carniça" (Hilário V. B. Cumaddig)

2 comentários:

... disse...

Oi!!!
Antes de mais nada, vc jah viu que seu blog antigo não saiu do ar??? Ele ainda existe, sabe-se lá até quando hehehe
Eu já havia lido esse seu texto, o "Econotícias". Achei muito bom, e bem redigido, mas vamos combinar que isso você faz com maestria hehehe
Ahhh Super Gordaaaaa, ela já eh famosa nas nossas conversas!!!
Nuss, tá correria aqui, na verdade, bem pouco como de fato estará daqui algum tempo. Comecei cursinho hj, matérias legais pelo menos, bom começo heheh
O triste é que terei aulas ao sábado e no domingo tenho que pegar a matéria atrasada. Daí já viu, né?
Mas ainda aguardo conversarmos no mic (microfone,lembra? hahaha). Daí você poderá conferir meu adorável sotaque caipirês.
Ahhh! Essa semana me parece que caiu novamente a liminar que proíbe jornalistas não formados de escreverem. Tomara que seja verdade hehehe
Mas no fds nos falamos entre toda essa bagunça e compromissos e daí sim colocamos o papo em dia.
Bjooo
PS: fico feliz que tenha gostado do texto de despedida para as minhas amigas e amigos. Ele era mais simples, mas era para ser direto mesmo.


Debora Blanche

Anônimo disse...

Gabriel, realmente você é um literato! JK Rowling que se cuide!