quinta-feira, março 23, 2006

...munMUNmundoDOdo...

Estou de volta com meus textos "reeditados", com mais uma história, que nem sei bem se está bem elaborada. Mas foi apenas uma ideiazinha que quis colocar na tela. Deixem de ler!
***
Nudmo Odnum adora ler. Não perde a oportunidade de ler em todos os lugares onde está, não importa a situação. Até no caminho que faz a pé de um lugar a outro, lá está ele lendo. E é por isso que Nudmo caminha pela praça nesse momento, alheio a tudo, apenas concentrado no livro em frente ao seu rosto. Transeuntes se irritam com seu descaso e muitos esbarram nele. Mas ele não se importa, nem quando um motorista o xinga, passando rente ao menino.
A história é muito interessante e tem muito a ver com ele: conta sobre um garoto que, gostando muito de ler, resolveu andar perto de casa, até o dentista, lendo um livro, não se preocupando com o resto ao redor. Seu livro trata de um menino apreciador da leitura, que não larga o livro um minuto, até quando anda pelas ruas num tremendo frio.
Mas Nudmo não pôde saber do assunto do livro do garoto que estava na história do livro do menino, cuja história era contada no livro de Nudmo. Dessa vez o esbarrão é mais forte e o menino leitor cai no chão, só vendo que dois homens correm pela praça a sua frente, levando o livro. Nudmo esquece-se completamente do dentista e, aficionado pela história misteriosa, corre em desabalada carreira atrás dos ladrões.
O garoto vê os dois desaparecerem ao dobrarem a esquina e, aflito, aumenta a velocidade, sentindo o vento gelado fustigar seu corpo. Na rua seguinte, ele avista um vendedor de rua anunciando promoções e, de relance, vê a capa de seu livro. Rapidamente, ele pára e, com sua mesada, compra-o. Agora Nudmo não precisa mais se preocupar. Só precisa reiniciar de onde parara.
O livro do segundo menino diz ser sobre um menino que adora ler... mas era a mesma coisa! Achando que a seqüência interminável ocuparia o livro todo, Nudmo se espanta ao ler que o menino do livro não conseguira ler o resto porque fora derrubado e roubado. Mas, sem se importar com os compromissos, o garoto perseguiu os delinqüentes até dar de cara, por acaso, com o livro desejado.
Nudmo já está zonzo com aquilo tudo. Ele segue mais no livro e percebe que teria de interrogar o vendedor acerca dos bandidos. Só um teste, pois a resposta já está estampada nas páginas do livro.
- Viu dois homens correndo com um livro na mão?
- É claro, foram para lá. - ele aponta uma porta estreita numa casa verde ali perto - Roubaram você?
Nudmo nem responde, espantado que está com os fatos iguais, assim como acontecia com o menino do livro, ao ler seu próprio livro. Será que o livro teria sua vida toda? Mas ele é bem pequeno. Então iria até que parte? Ele resolve não olhar mais à frente, deixando a curiosidade de lado; não quer saber do futuro próximo. Quem sabe ele não morreria daqui a pouco? "Estou ficando maluco!", pensa o garoto, adentrando a casa verde com o livro na mão, marcado na parte em que parara.
Agora ele se encontra num hospício. Nudmo está assustado diante dos homens e mulheres que o fitam com olhares débeis e que agem de modo estranho. Um dos enfermeiros surge, saindo de um quarto, com o livro de Nudmo nas mãos. Mas ele não é um dos ladrões. O menino corre para o enfermeiro, mas é barrado por outro no corredor.
- O que você está fazendo aqui? Os loucos já te deram esse maldito livro? Muitos deles vieram parar aqui por causa dele. Largue isso! Não leia!
Ele arranca o livro da mão de Nudmo e se afasta, decidido. Estarrecido, o garoto só consegue olhar para o lado, para dentro do quarto ao lado, cuja porta está aberta. Lá dentro, estão os bandidos que Nudmo perseguia, mas com camisas-de-força. Ou haviam lido o livro ou queriam continuar a lê-lo, depois de loucos.
"Puxa, será que isso é verdade? Um mero livro não vai fundir a cabeça de ninguém!" Um paciente se aproxima e lhe estende furtivamente outro exemplar do livro que o enfermeiro levou embora. Dizendo "com os cumprimentos de Napoleão", o maluco se distancia.
A curiosidade é mais forte e Nudmo folheia o livro até a parte em que o vendedor respondia a sua pergunta. Depois disso, os acontecimentos se repetiam detalhadamente. O menino já está assustado, imaginando se ele mesmo não estaria na verdade num livro, uma vida inventada por outros. Da mesma forma que o menino do livro agia.
A história continua depois com a reaparição do enfermeiro, repreendendo Nudmo e dizendo:
- Garoto, você está ficando maluco! Esse livro está te prendendo, não percebe? Ele não vai te revelar nada! Me dê ele aqui. É sério!
Parecia a Nudmo que ele ouvia um eco da fala do livro. Pensando que a maluquice já está agindo, o menino levanta a cabeça e dá de cara com o mesmo enfermeiro que lhe confiscou o livro. Ele volta a olhar para o livro e vira a página, ávido por saber do resto. Mas só há uma folha em branco, sem nenhuma letra. O que aquilo quer dizer?
Olha novamente para o enfermeiro, no exato momento em que a palavra "sério" sai de sua boca. Seu rosto enfurecido é a última coisa que vê antes que tudo se torne alvo. Para sua mente, tudo ao redor, até seu próprio corpo, some. E ele perde a noção do mundo.

Um comentário:

Figo disse...

kramba...mt interessante.... a historia eh mt simples e ao mesmo tempo diferente e grande......
Gostei da ideia.... soh o fim me encucou um pouco, nao sei se eh por causa da madrugada


mas tem um filme q fala sobre isso e esta a ser feito..de um cara q acha o livro que fala tudo sobre a vida dele e ele fika intrigado ao saber q no fim do livro ele morre.....


um abraço :D fika bem