sexta-feira, março 17, 2006

“Um corpo na gaiola" II

Não, não vá embora! Não é o que você está pensando! Eu não vou continuar aquela história modorrenta da morte do meu passarinho. Só estou fazendo uma alusão ao assunto tratado por mim no post anterior. Acredite se quiser, mas aquela “historinha” de antes era para ser só uma introdução para o tema em mente. Imagine você lendo um texto monstruoso, de 1000 km, uma "tonelada" de comprimento. Eu não iria fazer tamanha tortura. A não ser que pudesse ser pior.
Mas você deve estar pensando: qual será o assunto? Passarinhos assassinos? Bichos de estimação interesseiros? Ou, ainda, conflitos familiares por um nome? Bem, realmente esses seriam assuntos muito interessantes, mas não é nada tão edificante assim. Prefiro falar de histórias do mesmo gênero que a que contei: histórias policiais.
Desde que me entendo por gente, gosto de ler. Influenciado pela minha mãe - é difícil achar algum familiar próximo que goste de ler mesmo, além dela - fui cultivando meu gosto pela leitura e descobrindo um prazer que muitíssimas pessoas não enxergam - o que é uma pena. Com o tempo, fui filtrando meu gosto, percebendo os meus maiores prazeres dentro daquele prazer. Além de livros de aventura e fantasia, com certeza um dos meus "subprazeres", o principal é o gênero policial. Bem junto a ele, lá também estão histórias de suspense, mistério, não necessariamente policiais.
Estive perscrutando minha mente, à procura de uma possível origem, de um provável incentivo inicial para minha preferência. Minha memória não me ajuda muito, mas dessa vez consegui lembrar de indícios muito importantes. Na 5ª série, um dos livros paradidáticos chamava-se "O gênio do crime", do autor J. C. Marinho Silva. Era a história de um grupo de meninos, Edmundo, Pituca, Bolachão e Berenice, que investigavam a identidade do personagem-título, juntamente com o detetive inglês Mister, passando pelo rapto de Bolachão pelo criminoso. É um livro muito lembrado pelos ex-alunos do Pedro II que o leram, como eu. Mas é claro que todos esses detalhes só foram reavivados quando desencavei o livrinho do meu armário.
Mas mais importante ainda é a biblioteca pública de que sou sócio desde 96. Começando naturalmente pela seção infanto-juvenil, encontrei livros de mistério como os de Stella Carr, Marcos Rey (Coleção Vaga-lume!) e Pedro Bandeira - os tão conhecidos livros do grupo dos Karas, formado por Magrí, Calú, Chumbinho, Miguel e Crânio, com o Código Vermelho, o Tênis Polar, num total de cinco livros (e dizem que o sexto vem por aí!). Nessa biblioteca, estava minha iniciação aos policiais, complementando a biblioteca do Sesc, aonde comecei a ir ainda pequeno. Felizmente, depois de algumas mudanças, moro bem pertinho da biblioteca pública e a freqüento sempre.
E o que dizer de "O caso dos dez negrinhos", da Agatha Christie? Para mim, o melhor livro da autora, com uma trama engenhosa, sem precisar de detetives para sustentá-la. Li também outros dela que tenho aqui em casa - livros da minha mãe - mas foi esse livro, principalmente, que me levou a policiais mais "adultos" - apesar de quase ter desistido de ler Agatha Christie devido ao final de "Assassinato no Expresso do Oriente".
Os casos de Hercule Poirot, Miss Marple e Tommy e Tuppence me levaram aos de Sherlock Holmes e Watson, o que é elementar. Cheguei às aventuras do ladrão de casaca Arsène Lupin, do autor Maurice Leblanc, agora levado por um grande amigo meu, também apreciador de policiais - esses livros são muito antigos, mas, pelo menos na minha querida biblioteca, achei vários deles; não há só em sebos.
Na feira de livros na praça perto de casa, descobri um autor pouco divulgado por aqui: James Patterson. É difícil achá-lo em português em livrarias e em bibliotecas, sendo que geralmente são os mesmos poucos livros, apesar de existirem muitos livros publicados. Só fui tomar conhecimento dele por um filme, que na Net quase não passa: "Na teia da aranha". Comprei o livro em que foi baseado - como de praxe, muito melhor que o filme - e, depois, não pude deixar de levar outros dois: "O beijo da morte" - que também virou filme - e "Caçada ao predador", os três com o detetive Alex Cross, além de ler "Esconde-esconde".
Que eu me lembre agora, esses são os meus principais conhecidos de leitura, e já estou me familiarizando agora com Hieronymus (Harry) Bosch, do autor Michael Connelly, que eu já estava para ler há um tempão, mas que não encontrava. Em breve, encontrarei Marlowe, de Raymond Chandler, e Spinoza, de Garcia-Roza, além do suspense de Koontz, que estão à espera de minha aprovação.
E, assim, vou seguindo lendo e conhecendo cada vez mais personagens únicos e autores ímpares, ou apenas simples personagens e simples autores, não me esquecendo de assistir também a filmes policiais, de suspense, de mistério, mas que não ultrapassam minha preferência pelos livros do gênero.
Sim, já estou para acabar. Se você conseguiu chegar até aqui é porque também tem um certo gosto por esse tipo de literatura, pois senão acho que não agüentaria ler tudo. Além do mais, em que a minha vida lhe interessa? Mas o suspense e o mistério sempre interessam a muita gente, com seu clima de surpresas e truques, de revelações e tramas bem urdidas. Mas isso nem sempre é o bastante para atrair de verdade pessoas para a leitura, ainda mais com diversos fatores negativos atrapalhando, como falta de incentivo e de bibliotecas, entre outros.
Porém, fico feliz que também haja gente que cultive esse gosto e que lerá tudo até a última linha. A linha onde sempre ficará um jogo de palavras ou letras, exceto nos dias de história. Dessa vez, o que surge é um pangrama, trecho curto que contém todas as letras do alfabeto, em inglês:
“The quick brown fox jumps over a lazy dog”
***
Este texto até que não tem muitos problemas, mas queria acrescentar alguns aspectos que o tempo modificou, ou nem tanto: a biblioteca do Sesc não mais empresta para não-sócios (como eu) e não pude mais ir lá, porém já a substituí pela Biblioteca Popular do Rio Comprido, um pouco afastada, mas boa; já li todos os livros do Michael Connelly que estavam ao meu alcance nas bibliotecas, são difíceis de encontrar, mas gostei muito, porém ainda nem li nada dos outros autores que citei, só um livro da P.D. James e mais uns do James Patterson e do Dennis Lehane (que estou lendo agora).

2 comentários:

Figo disse...

Oi, realmente eh mt raro encontrar alguem que goste realmente de literatura... Como te disse no msn eu nunca fui incentivado a ler livros, e era muito engraçado eu comprando livros e não lendo quase nenhum, sempre me interessava ler Stephen King tenho ate 3 livros dele dos quais li apenas 1 (com 4 contos lindos que dois virarm filmes). Me sinto triste por não ter lido classicos da literatura até hoje. Não li crime e castigo, Don casmurro completo, Cem anos de solidão (por causa do vestibular parei na metade e nao terminei). Mas agora tenho lido mais e tentando entrar menos na internet para ler mais. Espero poder escrever um livro ainda ou coisas do gênero que são meus sonhos.
Um abraço e fica bem,
Daniel

Figo disse...

virei sempre aki :D